O Brasil não aguenta mais tanta violência: o país exige ações urgentes e efetivas para conter a criminalidade

O Brasil não aguenta mais tanta violência: o país exige ações urgentes e efetivas para conter a criminalidade

30/03/2025 0 Por Editorial Folha da Segurança

A população brasileira está cansada. Cansada de medo, de insegurança, de viver em estado de alerta constante. A violência e a criminalidade que assolam o Brasil há décadas parecem estar fora de controle — e o sentimento geral é de desesperança. Afinal, até quando vamos suportar esse nível de brutalidade? Que tipo de país estamos construindo para as próximas gerações?

O problema é real, concreto, e os números falam por si. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 23,5 milhões de brasileiros vivem em áreas controladas por facções ou milícias, o que representa mais de 10% da população do país. A ausência do Estado nesses locais abre caminho para a dominação territorial por parte do crime organizado, que impõe sua própria “lei”, explora os moradores e expande sua influência para muito além das fronteiras nacionais.

Segurança pública: mais que dever da polícia, um compromisso de todos

Segurança pública, por definição, é o conjunto de ações que garante a ordem, protege os direitos dos cidadãos e preserva a integridade das instituições. Mas pensar que este papel cabe exclusivamente às polícias — civil, militar, federal — é um erro comum e perigoso. A segurança pública é um dever do Estado e um direito de todos, mas também uma responsabilidade compartilhada entre governos, sociedade civil e cidadãos.

Violência no Brasil
Segurança pública é um dever do Estado e um direito de todos

A atuação policial é apenas um dos “braços” do sistema de segurança e proteção social. Outros braços fundamentais incluem a educação, a assistência social, a saúde, a justiça, a urbanização, e principalmente, políticas públicas de longo prazo que reduzam os fatores de risco associados à violência — como o tráfico de drogas, o desemprego, a evasão escolar e a desigualdade social.

O retrato da violência no Brasil

Apesar de alguns avanços pontuais nos últimos anos, o Brasil continua figurando entre os países mais violentos do mundo. O Atlas da Violência 2024, elaborado pelo IPEA e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, indica que o país registrou uma taxa de 23,4 homicídios a cada 100 mil habitantes em 2022, uma redução em relação aos alarmantes 30,9 por 100 mil em 2017. No entanto, essa tendência de queda parece ter sido interrompida, e em muitos municípios de médio porte e regiões metropolitanas, há indícios claros de que a criminalidade voltou a crescer.

O mais preocupante é a sofisticação e a expansão das facções criminosas, que não se limitam mais aos grandes centros urbanos. Elas estão presentes em áreas rurais, regiões fronteiriças e até na Amazônia, onde se associam a redes internacionais de tráfico de drogas, armas e exploração ilegal de recursos naturais.

A presença global do crime organizado brasileiro também chamou a atenção do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, de Londres. Um estudo divulgado pela instituição mostra como facções como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho estão expandindo suas atividades para outros países da América Latina, Europa e África, levando a expertise criminal brasileira para o exterior.

Facções crescem, Estado recua

Na prática, o que isso significa para o cidadão comum? Significa mais medo, mais risco, mais vítimas inocentes. Significa, por exemplo, que uma passageira de mototáxi pode ser baleada no meio de uma avenida movimentada de Salvador, como ocorreu no dia 14 de março de 2025, na Avenida Paralela. A troca de tiros entre criminosos ceifou a vida de um dos envolvidos e feriu a mulher que apenas tentava chegar ao seu destino.

Casos como esse, infelizmente, se multiplicam todos os dias nas capitais e nos interiores. Violência contra a mulher, crimes passionais, assaltos, sequestros, furtos, roubos e execuções sumárias fazem parte da rotina de milhões de brasileiros.

Mais alarmante ainda é o crescimento das facções que, segundo reportagem da revista Veja, têm contribuído diretamente para o aumento da violência de gênero. Com a dominação territorial, essas organizações impõem regras que, longe de proteger, oprimem ainda mais as mulheres, favorecendo abusos, estupros e feminicídios sob o pretexto de “controle” e “justiça paralela”.

Até quando o Brasil vai aguentar?

O cenário atual exige uma reflexão profunda: para onde estamos caminhando? Que tipo de Brasil teremos se essa escalada continuar? Em um ritmo como o que temos visto, daqui a 10 anos poderemos estar diante de um país ainda mais fragmentado, com territórios controlados por poderes paralelos, onde a presença do Estado será apenas simbólica — ou inexistente.

Violência no Brasil
Cidadãos exigem mudanças urgentes no sistema judicial e maior sensibilização dos juízes para garantir justiça e segurança para todos

A situação não pode ser enfrentada apenas com discursos filosóficos ou ações “bonitinhas” e superficiais. Não se trata apenas de educar o cidadão a longo prazo — algo essencial, claro — mas de impor limites imediatos a quem faz do crime sua profissão.

É preciso, sim, apostar em prevenção, mas também em repressão qualificada, com inteligência policial, articulação entre os entes federativos e, acima de tudo, certeza da punição. O medo da punição ainda é um fator de contenção para muitos. Como disse certa vez o filósofo Thomas Hobbes, “os pactos, sem espada, não passam de palavras.”

Prender custa caro? Sem dúvida. Mas manter criminosos impunes e soltos custa ainda mais: custa vidas, custa desenvolvimento, custa saúde mental, custa prejuízos aos negócios, custa liberdade. A violência corrói a base de qualquer sociedade, mina a confiança nas instituições e transforma a liberdade em um privilégio para poucos.

O Brasil está rendido? Não. Mas está no limite.

Apesar do cenário desolador, não podemos nos render à violência. O Brasil ainda pode e deve reagir. Para isso, é necessário compreender que a segurança pública é uma engrenagem complexa e que a polícia, sozinha, não dará conta do recado.

É preciso montar um Sistema Nacional de Segurança e Proteção, com articulação entre os governos federal, estaduais e municipais, promovendo ações coordenadas nas áreas de educação, urbanismo, saúde, lazer, geração de emprego, justiça e reintegração social. Este sistema deve ser guiado por dados, diagnósticos precisos, e pela integração de políticas públicas eficazes e mensuráveis.

Além disso, investir em inteligência e tecnologia é imperativo. Facções como o PCC já utilizam mapas detalhados, dados atualizados a cada 15 dias e estratégias de guerra territorial. O Estado precisa responder com mais planejamento, mais preparo e mais inovação. O crime está organizado — o combate a ele também precisa estar.

A esperança exige coragem

É hora de parar de fingir que ações pontuais ou campanhas educativas resolverão, sozinhas, um problema dessa magnitude. É preciso coragem política, vontade institucional e engajamento social para mudar o rumo da nossa história.

O cidadão brasileiro precisa sentir que pode sair de casa sem medo. Precisa acreditar que sua vida não será interrompida por uma bala perdida, um assalto ou uma facção que dita as regras do bairro. Precisa voltar a ter esperança de viver com dignidade, liberdade e paz.

A segurança pública não é apenas a ausência de crime, mas sim a presença do bem-estar coletivo, da tranquilidade, do convívio harmonioso. Segurança é, acima de tudo, qualidade de vida.

Menos Violêncioa no Brasil, mais qualidade de vida para todos.
Menos violência e criminalidade, mais segurança e qualidade de vida para todos.

Não podemos mais aceitar viver sob o domínio do medo. O Brasil não aguenta mais tanta violência.

E você, leitor, o que está fazendo para mudar essa realidade?

Fontes:

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