Operações Psicológicas, Big Data e sua aplicação nos negócios

Operações Psicológicas, Big Data e sua aplicação nos negócios

16/09/2019 0 Por Bernardo Guerra Lobão

Técnicas de Inteligência para processar informações, analisar dados e filtrar informes em mídias abertas

Processar informações, análise de dados e Big Data e filtragem de informes em mídias abertas, lançadas por companhias concorrentes podem se referir ao movimento de informação através de canais táticos da empresa. Nas operações de PsyOp (Termo em inglês que se refere a Psychological Operations – Operações Psicológicas), podem ser através de canais não-operacionais ou operacionais. O pessoal de PsyOp deve garantir que o setor estratégico da unidade em suporte e os subordinados entendam para onde e quem é o receptor da propaganda e informação, podendo esta ser uma informação ou desinformação. Toda agência deve garantir a análise destas mensagens, uma vez que a força estratégica do combate é dada através da inteligência, e traçada suas metas.

Embora a seção ou abandono dos planos e programas recebam inicialmente uma propaganda passiva de ser falsa, a análise deve ser detalhada, durante o processamento destas informações suspeitas que podem conter detalhes importantes. No setor de inteligência e PsyOp, as operações devem:

  • Estabelecer um Log dos itens assim que chegarem. Informações críticas a serem adquiridas como localização, horários, receptores, alvos e reação das pessoas envolvidas;
  • Exibir visualmente os itens, permitindo comparação com outros produtos e outras fontes, servindo como elemento motivador;
  • Categorizar as informações por datas, tópicos, situações, etc;
  • Informar o item nos briefings de comando e controle;
  • Comparar o item com outros semelhantes de propaganda e informação.

Buscando na sua essência, o termo PsyOp pode ser definido como um plano ofensivo de uso de propaganda e persuasão. Assim, seu cenário de operações atuam com contra-subversão, dissuasão, provocação, motivação, e outras formas de ação e correntes políticas, estabelecendo um público alvo, um canal de comunicação e uma corrente de influências, visando influenciar emoções e comportamentos.

Assim o planejamento é importante para que haja o sucesso na campanha, seja pública ou no setor privado.

 

Planejamento

Requer uma breve análise da situação, levando em consideração o volume e velocidade de informações necessárias e o estudo do cenário por um todo. Delinear um público alvo e sua relatividade e acessos aos canais de informação é importante, entretanto requer uma estatística sobre o uso de mídias e quais são os maiores canais de veiculação de informação local, levando em conta o público alvo e o censo geográfico.

A informação a ser transmitida, propaganda ou desinformação deve atender a quais planos do emissor, seja para persuadir ou criar um canal de aceitação de ideias, ou dissuadir concorrentes, e qual a atuação do canal, atendendo a determinado público ou generalizando a informação. Estas informações devem ser utilizadas pela cúpula estratégica e tática da empresa, a ponto de implementar o processo de emissão de informações.

Desinformação

Informações erradas não intencionalmente são informações incorretas emanadas de praticamente qualquer pessoa por razões desconhecidas ou para solicitar uma resposta ou interesse que não seja de uma fonte confiável. O destinatário dessa informação pode ser qualquer um.

A Desinformação é geralmente melhor combatida quando é ignorada, fazendo com que a informação errada seja esquecida ou quando é fornecida a verdade. Entretanto, é importante observar que mesmo fornecendo os fatos, pode ser um caso demorado, que não necessariamente valha o esforço. A credibilidade das fontes costumam ser colocadas contra uma agência de notícia credível e pode não estabelecer um relacionamento mais cooperativo com a mídia.

Deve-se avaliar a origem da informação se é de fonte humana – HUMINT – ou fontes abertas – OSINT – as mais comuns, buscando saber se a fonte é confiável, ou se foi alguma fonte que propositalmente foi posta para desviar atenção dos ouvintes, visando atuar unilateralmente em determinado objetivo.

 

Propaganda

A propaganda é um modo específico sistemático de persuadir, buscando atingir fins ideológicos, influenciando decisões. Seus fins ideológicos e políticos buscam atingir as emoções dos ouvintes, influenciando suas atitudes e opiniões. Embora seu uso primário advenha do contexto político, as companhias buscam influenciar seus consumidores, atingindo o público alvo e persuadindo os ouvintes a consumirem.

Propagandas são intencionalmente informações incorretas ou enganosas direcionadas contra um adversário em potencial, visando interromper ou influenciar quaisquer um que estejam em sua esfera de atuação, buscando descreditar ou tirar vantagens de situações que o envolvam. Algumas propagandas ao longo da história serviram para dar informações distorcidas como maquiar números para fins políticos ou econômicos, atuando principalmente no modo de pensar e agir do ouvinte.

Estes propagandistas misturam a verdade e a mentira de uma maneira imperceptível para o ouvinte. O combate à propaganda geralmente é de responsabilidade de agências, dos que transmitem a propaganda. No setor militar, as unidades de PsyOp são responsáveis por esta filtragem entre o que é real e o que é mentira, visando maior sucesso da missão. Estas unidades, sejam públicas ou privadas, dependem muito das redes de informações externas para combater as propagandas dentro de suas instalações. O plano ideal para contrapropaganda incorpora uma ampla rede de organizações com temas e objetivos comuns.

BIG DATA, OSINT – Open Sources Intelligence (fontes abertas) – e Informações opostas

São informações intencional ou não, com base em informações provenientes de qualquer pessoa que represente uma visão, colocadas em fontes abertas para que todos tenham acesso, baseado em evidências factuais. Informações opostas são baseadas em uma visão contrária aos fatos, direcionadas contra os alvos desejados.

 

Os materiais de referência e documentos básicos de inteligência normalmente contém uma variedade de materiais básicos à disposição. Os requisitos nessa área dependeriam da situação. A análise de dados trabalha com a variedade e velocidade das informações. Ter a capacidade de lidar com este dinamismo o qual ocorre a transferência de informação, a Big Data surge como uma ferramenta de análise precisa de dados, capaz de prever cenários e filtrar as informações desejáveis. Como ferramenta de análise, a Big Data trabalha com o 5V:

  1. Volume – uma grande quantidade de dados gerada a cada segundo. Redes sociais são grandes difusores de informações, baseadas em OSINT e HUMINT, e outros tipos de inteligência agregadas. Avaliar o volume de informação com precisão, sabendo quais são de fontes confiáveis e quais podem ser desinformação, catalogando, trará vantagem no mercado.
  2. Velocidade – refere-se à velocidade com que os dados são criados e transmitidos, sendo estas em segundos, baseado em informações em rede social, operações privadas de e-mail, transações financeiras. A análise deve ser feita sem ter um banco de armazenamento, evitando guardar informações desnecessárias.
  3. Variedade – trata da quantidade de informações e os tipos de informações, sendo elas em diferentes tipos de arquivos, tipos de veículos de comunicação, diferentes fontes, e dados não estruturados, que são administrados juntamente com os tradicionais e analisados.
  4. Veracidade – é um ponto importante de qualquer informação, buscando saber se ela é verdadeira. Nenhum dado surge do nada, e não é possível controlar cada notícia falsa que seja colocada na rede, mas com dados e análises estatísticas dentro deste grande volume de informações, pode-se compensar as informações incorretas.
  5. Valor – é a importância que cada informação tem, levando em consideração o custo e benefício de cada informação. Portando é importante agregar valor ao que se está fazendo, sabendo se a informação é de vital importância para o negócio ou se é uma informação que pode ser descartada.

Uma das principais ferramentas das operações psicológicas é a persuasão. De acordo com os manuais de guerra norte-americanos, seus operadores devem ser familiarizados e desenvolver proficiência tática no uso desta técnica.

Assim, especializados nesta técnica, suas especificidades apresentam argumentos em:

  1. Generalizações cintilantes – consistindo em associar conceitos e crenças altamente valorizados, que sendo apelados são convincentes, sem que sejam apoiados por fatos ou razões. Estes apelos são direcionados a emoções como ufanismo, causas religiosas, moral, desejo por liberdade, que possam comover ou convencer.
  2. Transferência – técnica que projeta qualidades positivas ou negativas de uma pessoa, entidade, objeto ou valor para o ouvinte. Usado para transferência de culpa geralmente, causando comoção de forma a atingir se eximir de obrigações.
  3. Menos males – Uma técnica que pode ser utilizada para convencer que suas decisões podem acarretar o pior.
  4. Xingamentos – uma técnica de dissuasão ou persuasão, que busca despertar preconceito da plateia, rotulando o objeto ou sujeito a uma figura indesejável.
  5. Pessoas ou homens comuns – Abordagem que tenta convencer o público de que a posição mencionada no argumento é realmente a mesma do ouvinte. Projetada para conquistar confiança do público, com comunicação de maneira usual, de linguagem comum, informal, cara-a-cara e audiovisuais, tentando identificar o ponto de vista em comum a todos.
  6. Depoimentos – Citações dentro ou fora do contexto com o intuito de apoiar ou rejeitar determinadas políticas, ações, programas ou personalidades. A reputação do indivíduo que dá a declaração é explorada. Pode haver diferentes tipos de autoridades, usando endossos ou aprovação de pessoas com autoridade ou notório saber em algum campo específico, como cientistas, gestores, especialistas, visando enaltecer ou denegrir a imagem de personalidades, creditar ou desacreditar de ações ou programas.
  7. Insinuação – usada para criar ou aumentar a suspeita de ideias, grupos ou indivíduos como meio de dividir as opiniões.
  8. Apresentando o outro lado – Por crer que nenhum dos lados é totalmente virtuoso, as mensagens expressando conceitos apenas em termos de certo e errado podem não ser credíveis. Isso se dá de acordo com que cada lado tem seu ponto de vista e defende seus interesses.
  9. Simplificação – Nesta técnica os fatos são reduzidos ao certo, errado, bom ou mau, buscando simplificar problemas complexos, oferecendo interpretações claras e simples de eventos, ideias, conceitos ou personalidades.
  10. Compare e contraste – duas ou mais ideias, são comparadas e as diferenças entre elas são explicadas. Esta técnica é eficaz para resolução de conflitos pontuais e necessários.
  11. Compare para semelhanças – buscando comparar duas ou mais ideias, mostrando que os pontos positivos entre elas.
  12. Ilustrações e narrativas – são exemplos detalhados de ideias que estão sendo apresentadas. Facilitando a compreensão de ideias abstratas gerais, onde se forma uma história ou narrativa.
  13. Instâncias específicas – Exemplos que ajudam a comprovar o ponto.
  14. Estatísticas – com certa autoridade, devem ser claras o suficiente para mostrar que são realmente relevantes. Utilizar números e fatos comprovados é importante para convencimento de que a ação ou fato são justificáveis.
  15. Explicações – são utilizadas quando o termo ou ideia não é familiar.

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