O que a indústria da segurança pode aprender com a série Black Mirror

É fundamental que os líderes de segurança empresarial preparem constantemente suas organizações para ameaças futuras. Convenientemente, muitas dessas ameaças potenciais são exploradas em um programa de TV. A série disponível na Netflix (Black Mirror), traz contos de ficção científica que refletem o lado negro das telas e da tecnologia, mostrando que nem toda novidade traz só benefícios. Com episódios independentes, mostra a sociedade no mundo moderno e sua interação com a tecnologia. Computadores, smartphones, redes sociais vão moldando a personalidade de cada um e gerando consequências transformadoras.

Já se passaram três anos desde que a profissão de segurança – e o mundo – perdeu uma de suas ferramentas mais poderosas para identificar ameaças relacionadas à tecnologia: novos episódios da série de TV distópica “Black Mirror”. Desde sua estreia em 2011, o programa previu de forma misteriosa tanto as ameaças à segurança quanto à humanidade. É verdade que grande parte da tecnologia coberta pelo programa já existia, mas os produtores reimaginaram o uso da tecnologia de uma forma que ninguém havia considerado anteriormente.

Durante o apogeu do programa, tramas de “Black Mirror” surgiam o tempo todo em conferências de segurança para explorar como ferramentas úteis poderiam se tornar ruins. O show foi valioso por sua previsão e, de fato, os líderes de segurança devem sempre estar trabalhando com funcionários ou consultores para examinar o futuro próximo e médio para preparar suas organizações para  ameaças  e oportunidades futuras. A boa notícia é que essa poderosa ferramenta chamada “Black Mirror” vai voltar: a Netflix anunciou recentemente que vai filmar uma sexta temporada da série após o longo hiato.

A nova temporada da série promete dar uma rápida olhada em algumas das coisas que ”Black Mirror” acertou. 

Temporada 3, Episódio 1: “Nosedive”

Enredo:  O episódio retrata uma sociedade em que as pessoas são classificadas de 1 a 5 em todas as interações que têm no mundo, o que influencia profundamente sua posição social e sucesso na vida.

Twist:  Do Uber ao Yelp ao eBay, os sistemas de classificação de mídia social são abundantes. Este episódio retrata um mundo em que altas classificações são obrigatórias para ter sucesso na vida. Você opta por não participar por sua conta e risco social e econômico.

Manifestações no mundo real:  trolls, ativistas e extremistas atacaram reputações corporativas nas mídias sociais por meio de classificações baixas e comentários negativos, como quando supremacistas brancos atacaram empresas que acreditavam ser de propriedade de judeus em Whitefish, Montana.

Temporada 3, Episódio 2: “Playtest”

Enredo:  Um fã de videogames se voluntaria para testar um videogame imersivo que hackeia seu cérebro para identificar seus medos.

Twist:  O fone de ouvido de realidade virtual é emparelhado com um implante neural.

Manifestações do mundo real:  embora os implantes neurais ainda sejam experimentais, o metaverso nascente já está gerando muitas preocupações de segurança que variam de consequências puramente digitais a físicas, como perseguição na vida real ou roubo da contraparte do mundo real de um gêmeo digital. (Consulte “ Programado para se tornar versado no metaverso .”).

Temporada 3, Episódio 3: “Cale a boca e dance”

Enredo:  Hackers assumem o computador de um jovem, encontram evidências incriminatórias e o chantageiam para cometer atos cada vez mais ultrajantes e violentos.

Twist:  Hackers vão além da recompensa financeira, esperando causar danos à sociedade também.

Manifestações do mundo real:  Sextortion – hackers que obtêm fotos comprometedoras de pessoas e ameaçam liberá-las – tornou-se dolorosamente comum. Em alguns casos, o extorsionário fez a vítima cometer atos no mundo real. A ameaça às empresas ocorre quando um desses hackers exige informações confidenciais ou proprietárias de um funcionário cujas informações privadas foram comprometidas.

Temporada 4, Episódio 5: “Metalhead”

Enredo:  Em uma paisagem sombria e pós-apocalíptica, cães robôs caçam sobreviventes humanos desesperados.

Twist:  Cães robôs movidos a energia solar fortemente armados incorporam seus alvos com dispositivos de rastreamento para que possam caçá-los.

Manifestações do mundo real:  enquanto cães-robôs armados ainda não estão vagando pelo campo, pesquisadores de Oxford, Cambridge, OpenAI e Electronic Frontier Foundation alertaram para um cenário remanescente. De acordo com o  MIT Technology Review , os pesquisadores levantam a hipótese de que os hackers podem enganar um administrador de segurança para fazer o download de malware que assume o controle do sistema de segurança de robôs de um prédio.

Embora existam várias lições individuais em cada episódio, em geral os profissionais de segurança podem aprender bastante em cada episódio, examinando continuamente o ambiente em busca de ameaças e ferramentas em evolução.

A sexta temporada da série promete trazer para nós, profissionais da indústria de segurança, novas reviravoltas tecnológicas para nos fazer pensar. Sem dúvidas deve fazer nossos corações baterem mais forte!