Caixa à prova de explosão

Caixa à prova de explosão

26/06/2014 0 Por Editorial Folha da Segurança

Itautec desenvolve terminal com tecnologia 3D que pode ser controlado por gestos

Nos filmes de ficção científica, é comum ver personagens interagindo com hologramas e projeções em três dimensões,  que se comportam como objetos reais. A novidade: a fantasia pode virar realidade, pelo menos no mundo da automação bancária. A Itautec, fabricante de computadores e caixas eletrônicos, controlada pelo grupo Itaú,  desenvolveu um terminal em que a tela foi substituída por um vídeo em três dimensões (3D) e, em vez do teclado, o cliente interage com um sistema de reconhecimento de movimentos. O resultado disso é um equipamento controlado por gestos, sem a necessidade de que ele aperte botões.

caixa eletronico 3d modelA novidade tem um objetivo: tornar os caixas eletrônicos mais seguros. A tecnologia permite que apenas quem está usando o terminal de autoatendimento veja as informações. Quem está de fora enxerga apenas uma pessoa fazendo gestos no ar – no máximo pode imaginar ver alguém que não bate bem da cabeça em ação. O produto traz, ainda, outra grande vantagem para os bancos. É possível manter o cofre com o dinheiro bem longe da interface de operação do caixa.

Isso poderia parecer um detalhe sem importância, não fosse pela recente onda de roubos cinematográficos de caixas eletrônicos, em São Paulo, nos quais os ladrões vêm usando dinamite. Com a separação, os bancos podem colocar o cofre atrás de uma parede blindada, tornando impossível sua abertura por meio de explosão. O equipamento será apresentado no Congresso Interamericano de Automação Bancária (Ciab), que ocorre nesta semana em São Paulo.

Segundo a vice-presidente da Itautec, Denise Damiani, a ideia de fazer um caixa eletrônico futurista surgiu de conversas com os bancos sobre como enfrentar  fraudes. “Nós sempre discutimos o problema, tentando nos anteciparmos  à criatividade dos criminosos”, diz Denise. A preocupação se justifica. De acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o setor teve um prejuízo de R$ 900 milhões com fraudes digitais em 2010. Neste ano, as explosões de caixas eletrônicos já causaram perdas de R$ 60 milhões.

Os caixas eletrônicos são o canal mais utilizado pelos brasileiros em suas operações bancárias. No ano passado, foram 17,8 bilhões de transações ou 31% do total. O número de terminais colocados em locais públicos aumentou 43% em 2010. Já o faturamento da Itautec com a área de automação bancária deu um salto de 60%, no mesmo período, para R$ 473,2 milhões,  puxado pela venda de caixas eletrônicos, que cresceu 101,8%, somando 16,3 mil unidades. Se depender da criatividade dos meliantes, as conversas entre a empresa e os bancos ainda vão render muitos negócios.

Fonte: Isto é Dinheiro

 

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