Golpes românticos crescem com o uso de Inteligência Artificial e falhas em apps de namoro

Golpes românticos crescem com o uso de Inteligência Artificial e falhas em apps de namoro

11/06/2025 0 Por FolhadaSegurança




ESET alerta para o aumento das fraudes emocionais no ambiente digital e orienta usuários sobre como proteger dados pessoais e localização em aplicativos de relacionamento

Reconhecendo os Golpes Românticos

Golpes românticos. São Paulo, Brasil – Na semana do Dia dos Namorados, a ESET, multinacional especializada em detecção proativa de ameaças, alerta para a sofisticação dos chamados golpes românticos, ou seja, fraudes emocionais que exploram sentimentos em troca de dinheiro, dados ou imagens íntimas. Além de perfis falsos e promessas de relacionamentos, criminosos estão utilizando Inteligência Artificial para criar deepfakes em videoconferências e se aproveitam de falhas em apps de namoro para rastrear a localização exata das vítimas.

Embora os golpes românticos não sejam novidade, a tecnologia os tornou mais convincentes e perigosos. Criminosos criam perfis falsos em aplicativos e redes sociais, desenvolvem vínculos emocionais com as vítimas e, com o tempo, solicitam dinheiro sob pretextos como emergências, investimentos ou envio de presentes. Em alguns casos, utilizam vídeos manipulados por Inteligência Artificial (deepfakes) para simular chamadas em tempo real, dificultando a percepção do engano.

Segundo Daniel Barbosa, pesquisador de segurança na ESET Brasil, as consequências emocionais e financeiras para as vítimas pode ser bastante graves: “Muitos desses golpes se sustentam por semanas ou meses. O vínculo emocional criado pelos golpistas dificulta a identificação do risco e aumenta o impacto quando a vítima percebe que tudo era uma farsa”.
 

Para se proteger dos golpes que circulam nos apps de relacionamento, a ESET orienta que os usuários redobrem a atenção a certos comportamentos suspeitos. Um dos primeiros sinais de alerta é a criação de um vínculo emocional muito rápido.

Criminosos costumam declarar amor em poucos dias, dizendo que encontraram “a alma gêmea” e que desejam levar o relacionamento adiante, mesmo sem nunca terem se visto pessoalmente. Esse é o começo clássico de um golpe conhecido como “golpe do amor” ou “romance scam”. Em um dos casos recentes analisados pela empresa, o golpista dizia estar trabalhando em uma plataforma de petróleo e pedia dinheiro para custear a volta ao país e finalmente encontrar a vítima.
 

Outra prática comum é a tentativa de migrar rapidamente a conversa para fora do aplicativo, geralmente para o WhatsApp ou e-mail. Isso é feito para escapar dos mecanismos de moderação das plataformas e deixar a vítima mais vulnerável. Uma vez fora, o criminoso pode iniciar pedidos de ajuda financeira. Em alguns casos, a desculpa envolve emergências médicas, passagens aéreas ou problemas com vistos. Mesmo que a história pareça convincente, é fundamental desconfiar de qualquer solicitação de dinheiro — não importa quão “urgente” ou dramática ela pareça ser.
 

Golpes românticos

Leia também: Golpe do Amor no Dia dos Namorados: Como a Data Favorita dos Casais Também Pode Esconder Riscos Digitais

Além das consequências emocionais, há também riscos à privacidade física. Uma recente pesquisa da universidade belga KU Leuven revelou que pelo menos seis aplicativos de relacionamento permitiam, por meio da triangulação de dados de distância, identificar a localização exata dos usuários. A vulnerabilidade, que já foi corrigida, permitia que qualquer pessoa com acesso ao app rastreasse alvos em tempo real.

“Embora os aplicativos tenham feito correções, a técnica pode ser aplicada a qualquer serviço que use localização precisa. A recomendação da ESET é desabilitar a função de localização exata e revisar todas as permissões concedidas a apps, eliminando todas aquelas que não exijam esse nível de precisão”, reforça Barbosa.
 

Outra dica importante é verificar os perfis com atenção. Golpistas costumam usar fotos falsas, muitas vezes geradas por inteligência artificial ou copiadas de redes sociais de terceiros. É possível fazer uma busca reversa dessas imagens em ferramentas como o Google Imagens ou o TinEye. Se a foto estiver associada a diferentes nomes ou for encontrada em sites de banco de imagens, é sinal de alerta.

Além disso, perfis com poucas informações, fotos muito produzidas ou que parecem “perfeitos demais” também devem ser vistos com desconfiança.
 

Por fim, a empresa recomenda ficar atento até mesmo em chamadas de vídeo. Com o avanço das tecnologias de deepfake, já há registros de criminosos usando vídeos manipulados por IA para fingir ser alguém que não são. Alguns sinais de que há algo errado incluem movimentos de boca desconectados da fala, ausência de reação em tempo real e falhas na imagem.
 

O que você achou deste artigo?

Clique nas estrelas

Média da classificação 5 / 5. Número de votos: 8

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.