
Os 10 Estados Mais Violentos do Brasil segundo Atlas da Violência 2025
22/05/2025Estados Mais Violentos do Brasil. O Atlas da Violência 2025, elaborado pelo Ipea e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), trouxe dados alarmantes sobre a prevalência da violência letal no Brasil. Embora o país tenha registrado uma leve queda na taxa nacional de homicídios, a desigualdade entre os estados permanece profunda, com algumas unidades da federação apresentando índices de homicídios por 100 mil habitantes acima dos padrões considerados epidêmicos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 10 mortes por 100 mil.
Neste artigo, você confere o ranking atualizado dos 10 estados mais violentos do Brasil em 2023, segundo os dados oficiais de homicídios, com base nos registros do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.
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Entenda a Metodologia
O Atlas da Violência 2025 adotou importantes mudanças metodológicas em relação às edições anteriores. Uma das principais alterações está na fonte de dados populacionais: a partir da edição de 2024, passou-se a utilizar estimativas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE, em detrimento das estimativas do TCU. Embora mais homogênea e atualizada, essa base ainda gera certa sobrestimação populacional, dado que as estimativas do IBGE superaram em quase 12 milhões o total de habitantes apurado no Censo de 2022. Isso tem um efeito redutor sobre as taxas — o que significa que a realidade pode ser ainda mais preocupante em certos estados.
Além disso, para compensar as chamadas Mortes Violentas por Causa Indeterminada (MVCI), que cresceram desde 2018, os pesquisadores incorporaram métodos de machine learning para estimar os chamados “homicídios ocultos”, ou seja, casos de assassinato que foram mal classificados nas bases oficiais.
Os 10 Estados Mais Violentos do Brasil
Com base nas taxas de homicídios por 100 mil habitantes, veja abaixo os estados que lideraram o ranking da violência letal no país em 2023:
Ranking | Estado | Taxa de Homicídios por 100 mil hab. (2023) |
1º | Amapá | 57,4 |
2º | Bahia | 43,9 |
3º | Pernambuco | 38,0 |
4º | Amazonas | 36,8 |
5º | Alagoas | 35,3 |
6º | Roraima | 35,9 |
7º | Ceará | 32,0 |
8º | Pará | 28,6 |
9º | Maranhão | 27,9 |
10º | Espírito Santo | 27,7 |
Esses estados ultrapassam a média nacional de 21,2 homicídios por 100 mil habitantes, sendo que o Amapá lidera o ranking com folga, registrando uma taxa quase três vezes maior que a média nacional.
Estados Mais Violentos do Brasil. Tendências e Destaques
Embora alguns desses estados tenham apresentado queda na taxa de homicídios ao longo da última década, a redução tem sido insuficiente frente ao agravamento recente da violência em regiões específicas. Um exemplo claro é o Amapá, que entre 2022 e 2023 viu sua taxa crescer 41,7%, o maior aumento proporcional do país no período.
Outro destaque negativo é a Bahia, que figura há anos entre os estados mais violentos e segue com níveis persistentemente altos. Em contraste, estados como São Paulo (6,4) e Santa Catarina (8,8) continuam entre os mais seguros do país, com taxas abaixo da média nacional e de padrões internacionais.
Impactos e Desigualdades Regionais
Os dados mostram que a violência no Brasil não é homogênea. Regiões Norte e Nordeste concentram a maioria dos estados com altas taxas de homicídio. Esse padrão evidencia um cenário de desigualdade social e territorial, frequentemente associado à presença de facções criminosas, tráfico de drogas, ausência do Estado, e desigual acesso à segurança pública.
Além disso, o relatório chama atenção para as limitações das estatísticas oficiais, sobretudo pelo crescimento das MVCIs, que mascaram parte da realidade da violência. A inclusão dos “homicídios ocultos” nas análises futuras será fundamental para uma radiografia mais precisa do problema.
Considerações Finais
O Atlas da Violência 2025 reafirma que, apesar de alguns avanços nacionais, o Brasil ainda vive uma grave crise de segurança pública, com estados onde a violência atinge níveis alarmantes. Investimentos em inteligência policial, políticas públicas de prevenção e combate ao crime organizado, e a valorização da vida nas periferias são caminhos urgentes para reverter esse cenário.
Acompanhar e entender os dados é o primeiro passo para exigir mudanças. Compartilhe este artigo e leve informação de qualidade para mais pessoas!
Fontes:
- Atlas da Violência 2025 – Ipea e FBSP
- Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) – Ministério da Saúde
- IBGE – PNADC