Apreensão de fuzil de tecnologia anti drone no RJ, mostra que a guerra já atinge o nível de guerra híbrida

Com a apreensão de uma arma de tecnologia avançada que dispara sinais de eletricidade para cortar a comunicação de Drones, o RJ avança mais um passo no que pode ser considerada já uma guerra híbrida, no mesmo cenário de guerrilha urbana que já se prolonga por décadas.

Conhecido como C-UAS (Counter Unmanned Aerial Systems), tem se tornado uma arma de garantia de segurança em eventos, áreas sensíveis como presídios. Sua ação dispara ondas magnéticas que cortam a frequência de transmissão de rádio, que controla o VANT. Geralmente são portáteis e leves.

Seu funcionamento parte dos pontos:

Detecção e rastreamento através de sensores capazes de detectar a presença de drones em um determinado raio. Após a identificação, o sistema o rastreia, determinando sua posição e altitude.

Interferência de sinal: sua principal função é interferir na comunicação entre o drone e seu controlador. Após a emissão do sinal a arma corta a conexão, impedindo que o operador controle o drone.

Forçando o aterrissagem: Após cortar o comando, o drone entra em modo de segurança predefinido forçando-o a pousar em um local próximo ou retornar ao ponto de partida.

Outras Funcionalidades: Alguns modelos podem ter outras capacidades, como identificação do tipo de drone, bloqueador de GPS ou mesmo hackear o sistema para assumir o controle.

Tipos de Fuzis Anti-drone:

Jammers: emitem sinais que interferem nas frequências utilizadas pelos drones, impedindo a comunicação.

Direcionais: concentram a interferência em um único drone, evitando afetar outros dispositivos eletrônicos nas proximidades.

Dentre algumas vantagens.

Não letalidade: Como neutraliza ondas, não existe disparo físico para destruir o drone.
Rápida resposta: Como identificar e neutralizar são processos rápidos, a resposta é imediata.
Versatilidade: Pode ser usado em diversos ambientes e para proteger diferentes tipos de eventos.

Possíveis limitações:
Alcance: sua eficácia depende da distância do drone para o ponto de disparo.
Interferência: em áreas com alta densidade de sinais eletrônicos, a interferência pode ser afetada. Os drones com maior tecnologia podem ser mais resistentes a essas interferências.

A tecnologia dos fuzis anti-drone evolui rapidamente, e a variedade de modelos disponíveis no mercado é grande. No entanto, algumas características e funcionalidades se destacam nos modelos mais comuns.

Dos modelos mais comuns no mercado internacional de rifles de tecnologia C-UAS, destacam-se a DroneShield, a Battelle e a Rheinmetall.

• DroneShield DroneGun Tactical: Um dos modelos mais conhecidos, o DroneGun Tactical é capaz de neutralizar drones a uma distância considerável. Ele oferece diversas funcionalidades, como bloqueio de GPS e controle da carga útil.

• Battelle Phaser: Desenvolvido pela Battelle, o Phaser é um sistema de laser de alta energia capaz de derrubar drones a longas distâncias. Ele é utilizado principalmente em aplicações militares e de segurança.

• Rheinmetall Skybuster: A Rheinmetall oferece uma variedade de sistemas anti-drone, incluindo o Skybuster. Esse sistema utiliza um feixe de laser para neutralizar drones de forma precisa e eficiente.

As três empresas oferecem tecnologia de Jamming, direcionalidade, e fácil portabilidade. Além dos modelos mencionados, existem diversas outras opções disponíveis no mercado, como sistemas de redes, sistemas de armadilhas e sistemas cinéticos. 

A escolha do modelo depende da necessidade e especificidade do cenário de operações, para cada aplicação.

A apreensão de um fuzil anti-drone no Rio de Janeiro revela como as operações de segurança pública no Brasil começam a se adaptar a cenários cada vez mais sofisticados e complexos, típicos de uma guerra híbrida. O uso dessa tecnologia, amplamente utilizada em ambientes sensíveis e operações militares, reflete não apenas o avanço do crime organizado, mas também a necessidade de inovação contínua por parte das forças de segurança.

Esses dispositivos, com sua capacidade de neutralizar ameaças aéreas de maneira não letal e eficiente, mostram-se ferramentas essenciais em um contexto urbano onde drones podem ser usados para atividades ilícitas. No entanto, a escolha e aplicação de cada modelo precisam ser cuidadosamente analisadas para atender às demandas específicas do cenário brasileiro.